sábado, 15 de setembro de 2012

Animal do Mês - Vibora Cornuda


Depois de ler uma notícia sobre João Pacheco, um  dos jovens protagonistas da série «Morangos Com Açúcar», que foi mordido por uma víbora venenosa perto de sua  casa, na zona de Belas em Sintra, resolvi dedicar este mês a este réptil existente no nosso país.
Este jovem foi mordido por uma víbora cornuda numa zona urbana, onde este tipo de cobras e ataques são pouco comuns. O ator foi levado para o Hospital de Santa Maria para observação porque o veneno é mais perigoso em crianças e jovens. O formato da mordida foi essencial para ajudar a identificar o tipo de víbora que atacou.
 
Com esta postagem, não pretendo alarmar mas sim alertar e dar a conhecer mais um dos nossos animais que normalmente não se deixa ver porque foge e esconde-se quando alguém se aproxima. Contudo, se a encontrarmos não devemos  tocar-lhe ou pegar-lhe pois ficamos sujeitos a ser mordidos e envenenados.

Víbora-cornuda (Vipera latastei)

Vipera Latastei

Esta cobra é uma das três cobras venenosas existentes no nosso país. Tem um comprimento máximo de 70 cm e pode viver até 9 anos. Em Portugal está presente um pouco por todo o território, em núcleos populacionais fragmentados e está ameaçada. 
Distribuição da Vibora Cornuda
 
 
A vibora cornuda é inconfundível pelo apêndice proeminente que ostenta na extremidade do focinho e que está inclusivamente na origem do nome que lhe atribuem, a víbora-cornuda é um ofídio relativamente pequeno, de corpo robusto e cauda curta. O fundo dorsal tem uma coloração variável, em geral cinzenta ou acastanhada. O desenho consiste numa banda dorsal escura, disposta em zig-zag. Nos flancos surgem por vezes manchas arredondadas. O ventre é esbranquiçado ou acinzentado, com algumas manchas irregulares. Solenoglifa, a víbora-cornuda tem maxilas muito reduzidas e móveis que projectam os colmilhos para a frente no acto de morder.
 
Frequenta sobretudo em locais rochosos ou pedregosos, em zonas montanhosas mais expostas e normalmente viradas a sul. Habita também em locais com solos arenosos e com certa vegetação que lhe serve de refúgio. Habita bosques pouco densos, carvalhais, pinhais e zonas de matagal.

 
 

É uma espécie de hábitos essencialmente diurnos, no entanto, pode apresentar actividade crepuscular ou nocturna durante o Verão. Tem um período de hibernação desde finais de Outubro-Novembro até Fevereiro-Março. A grande maioria da sua actividade desenvolve-se no solo, onde se desloca por meio de ondulações lateriais do corpo que conduzem ao ziguezaguear característico destes animais. Todavia, em casos de necessidade, trepa com facilidade a arbustos, sobre os quais permanece imóvel durante bastante tempo. Como produz um veneno com características proteolíticas e se trata de uma cobra solenoglifa, pode ser potencialmente perigosa para o Homem.
 
Os acasalamentos ocorrem nos meses de Abril e Maio, e entre Agosto e Outubro. É uma espécie ovovivípara. As fêmeas originam entre 3 a 10 crias, dependendo do seu tamanho corporal.
 
Apresenta uma dieta muito variada, na qual se incluem micromamíferos, répteis (lagarto-de-água, lagartixas e licranços), anfíbios (salamandra-de-pintas-amarelas, salamandra-lusitânica, rã-ibérica e tritões) e aves ( pequenos passeriformes).

Nenhum comentário:

Postar um comentário