domingo, 17 de fevereiro de 2013

História de Portugal XIV - A Dinastia de Avis

                                               
A Dinastia de Avis, ou Joanina, foi a segunda dinastia portuguesa e existiu no período de 1385 a 1581/1582.
Teve início no final da crise de 1383-1385, quando o Mestre da Ordem de Avis, D. João, filho bastardo de el-rei D.Pedro I, foi aclamado Rei nas Cortes de Coimbra em 1385. Esta dinastia é sucessora familiar da anterior, pois D João I (primeiro rei desta dinastia) era filho ilegítimo do rei D. Pedro I da Dinastia de Borgonha.
Com esta dinastia, inicia-se o período dos Descobrimentos Portugueses.

Em 1383 quando D. Fernando I de Portugal morreu, a sua  única filha, D. Beatriz, casara havia alguns meses com o rei de Castela, pondo-se assim termo a uma série de guerras contra aquele reino, que haviam enfraquecido a economia portuguesa.

D. Leonor Teles, a viúva de D. Fernando, nunca fora bem vista pelo povo e pela nobreza, que a não podia respeitar por ser ela já casada quando o rei, a roubou a seu marido. Mas, sob o reinado de sua filha D. Beatriz, residindo no estrangeiro, cabia-lhe a ela governar o reino como regente até que um filho de D. Beatriz completasse 14 anos, e viesse reinar pessoalmente em Portugal, conforme estipulado no Tratado de Salvaterra, contrato de casamento da princesa portuguesa, entre as coroas de Portugal e de Castela.
Isso desencadeou revoltas populares: as populações recusavam-se a aceitar a aclamação de uma rainha que era mulher de um rei estrangeiro (Castela), não só pelo facto poder vir a dar origem à união dos dois países, mas principalmente pelo ódio à Rainha-Regente, considerada pessoa imoral, a quem não reconheciam por rainha porque bígama e de maus costumes.

Os povos de Lisboa e outras partes do Reino, juntos com boa parte da nobreza, pediram então a D. João, mestre da Ordem de Avis, (filho natural legitimado do rei Pedro I, que aceitasse lutar contra D. Beatriz e o seu marido João de Castela, sendo o aclamado Regente (Regedor e Defensor do Reino).

                                                           D. João I - Mestre de Avis
Fugida a rainha D. Leonor Teles de Menezes de Lisboa, destituída da regência, viu-se obrigada a solicitar ao genro, o rei de Castela (chamado João I) para vir eliminar a revolução, e reinar pessoalmente em Portugal junto com D. Beatriz. Dirigiu-se o soberano castelhano para Lisboa, à testa de grande exército, cercando a cidade por terra, e também pelo rio, com a sua armada.

A burguesia da próspera cidade de Lisboa, assim como muita da nobreza filha segunda, entre muitos outros partidários apenas por ódio a D. Leonor Teles e ao seu amante galego, o conde Andeiro, apunhalado durante a revolução pelo novo Regente, apoiavam a causa do Mestre de Avis. Foi a burguesia de Lisboa, mais rica, logo seguida por outras terras, quem financiou o esforço militar da revolução. Mas parte do clero e das primeiras figuras da nobreza portuguesas, por dever de fidelidade feudal, apoiavam ainda a sua rainha D. Beatriz.

Entretanto, um pequeno exército português, chefiado por D. Nuno Álvares Pereira (que apoiava o Mestre de Avis) vence os castelhanos numa saída das muralhas, em Valverde, arrabalde alfacinha. E o aparecimento da peste nas tropas sitiantes de Lisboa obrigou o rei de Castela a se retirar para o seu próprio reino.

Após algum tempo, outro exército luso-castelhano, por D. Beatriz e seu marido, invadiu novamente Portugal, acontecendo, em Aljubarrota (1385) uma batalha decisiva e perigosa: mas usando a táctica do quadrado e aproveitando as vantagens da colocação no terreno, as tropas portuguesas, em número muito inferior, e chefiadas pelo futuro rei D. João I e por D. Nuno Álvares Pereira, seu condestável,conseguiram notável vitória, que deu que falar na Europa, sobretudo pela utilização pelos portugueses das novas tácticas (as covas de lobo, disfarçadas no terreno aonde manhosamente haviam atraído o inimigo, aonde caíram os pesados cavaleiros castelhanos, e pelo emprego sistemático das ágeis lanças).

Batalha de Aljubarrota - 1385
A paz definitiva com Castela só veio a ser assinada em 1411.
Para assinalar o acontecimento, D. João I mandou iniciar, no local, a construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido por Mosteiro da Batalha, aonde jazem os príncipes da nova dinastia de Avis, em capela-panteão construída para esse fim.

Mosteiro da Batalha

D. João I casou com D. Filipa de Lencastre ( senhora inglesa), conseguindo assim, uma aliança com a Inglaterra.

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